A infelicidade do lateral S.Poulsen no golo contra com menos de um minuto da segunda etapa encaminhou a vitória holandesa após um primeiro tempo de nítida vantagem tática da Dinamarca. Mas foi a entrada de Elia pela esquerda que fez o jogo da Holanda fluir e, com Sneijder enfim achando espaço para jogar, mostrar um pouco do futebol que a credencia como uma das favoritas no Mundial. Na primeira etapa, o 4-1-4-1 montado por Morten Olsen, com C.Poulsen posicionado entre as duas linhas de quatro e Bendtner isolado no ataque, bloqueou com eficiência as ações ofensivas da Holanda e induziu a centralização das jogadas do quarteto ofensivo da equipe do técnico Van Marwijk, armada no habitual 4-2-3-1. Com Van Persie buscando o lado esquerdo para abrir espaços, Van der Vaart avançou em diagonal e passou a ocupar o espaço de Sneijder pelo centro. Kuyt também procurou o meio e, sem o apoio dos laterais Van der Wiel e Gio, bem vigiados por Rommedahl e Enevoldsen, a Holanda batia na parede e dava espaços para os contragolpes dinamarqueses. Rommedahl levou ampla vantagem sobre Gio e criou boas jogadas. Na mais perigosa, cruzamento do meia para cabeçada de Bendtner rente à trave direita de Stekelenburg. Aos 42, Van Persie apareceu pelo centro do ataque, limpou Agger duas vezes, mas bateu torto. Muito pouco para tanta expectativa. No 4-1-4-1 que aproximava os meias Rommedahl e Enevoldsen de Bendtner, a Dinamarca encaixotou o ataque holandês e forçou as ações pelo centro, com Van Persie caindo pela esquerda e abrindo espaços para Van der Vaart, que pelo meio particamente inutilizou Sneijder. O tento no início da segunda etapa, em jogada de Van Persie pela esquerda, obrigou a Dinamarca a sair da trincheira. Morten Olsen trocou Enevoldsen, Bendtner e Kahlenberg por Gronkjaer, Beckmann e Eriksen e rearmou sua equipe num 4-2-3-1 mais ousado. Mas foram as trocas holandesas que mudaram o jogo. Elia entrou pela esquerda no espaço de Van der Vaart e Afellay substituiu Van Persie, mas foi jogar aberto à direita, empurrando Kuyt para o centro do ataque e enfim deixando a armação com Sneijder. Com espaços pelo avanço natural do adversário e melhores opções pelos lados, a Holanda cresceu no jogo e passou a criar jogadas com mais naturalidade. Sneijder apareceu acertando o travessão em bola que ainda desviou em Agger. Aos 37, o golpe letal em lance que ilustrou perfeitamente a transformação da Holanda: Sneijder recebeu nas costas dos dinamarqueses e enfiou para Elia penetrar em diagonal nas costas da defesa e tocar na trave para Kuyt empurrar para as redes na recarga. As entradas de Afellay e Elia abriram o jogo da Holanda e a saída de Van der Vaart devolveu a articulação pelo meio a Sneijder. Contra uma Dinamarca mais cansada e aberta no 4-2-3-1, a Orange sobrou em campo. Ainda houve tempo para S.Poulsen salvar em cima da linha golo certo de Afellay. Mas os 2 a 0 ficaram mais justos pela luta e o trabalho tático correto da Dinamarca que vai precisar de um Bendtner mais inteiro para prender a segunda linha no grupo E. Enquanto Robben não retorna em definitivo, a opção por Elia pela esquerda parece a mais indicada, mesmo considerando a superioridade técnica de Van der Vaart. A fluência de jogo e a rapidez, aliadas ao crescimento de Sneijder, devem ser a referência holandesa para a sequência do Mundial.
terça-feira, 15 de junho de 2010
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