domingo, 11 de julho de 2010

Alemanha e Uruguai duas selecções que saem de cabeça erguida


Duas selecções da tradição de Alemanha e Uruguai sabem valorizar a disputa por um lugar no pódio. Neste sábado, nenhum desses gigantes 'facilitou', disputando um grande jogo apesar da decepção da eliminação da disputa pelo título e mesmo debaixo de forte chuva em Port Elizabeth. No fim, com duas reviravoltas no resultado, a Alemanha levou a melhor, vencendo por 3 a 2.
Com o resultado, a renovada Alemanha fechou o torneio de cabeça erguida e com o orgulho de ter o melhor ataque até aqui. A equipa chegou a 16 golos na Taça do Mundo da FIFA, liderando a tabela de golos do Mundial com vantagem de quatro gol0s para a Holanda e cinco para a própria Celeste.
Apesar ter ficado em 4º lugar a Celeste também não deve se abalar com este desfecho, já que conseguiu sua melhor campanha em 40 anos, repetindo o quarto lugar obtido no México 1970.
O confronto colocou ainda mais dois atacantes empatados na frente da Taça, com o ingresso de Diego Forlán e Thomas Müller, ao lado do espanhol David Villa e do holandês Wesley Sneijder, que têm ainda mais um jogo para fazer em solo sul-africano, neste domingo, na decisão no Soccer City de Johanesburgo.
A Alemanha entrou com quatro novidades em relação á equipa-base que apresentou durante a competição. No golo, Jörg Butt entrou no lugar de Manuel Neuer. O capitão Philipp Lahm foi substituído por Dennis Aogo. Na frente, Lukas Podolski e Miroslav Klose ficaram sem condições de jogo, dando lugar para Marcell Jansen e Cacau. Ao não entrar em campo, devido a dores lombares, Klose acabou ficando a um gol0 do recorde histórico do brasileiro Ronaldo na história da Copa do Mundo da FIFA.
Apesar da queda em termos de notoriedade e talento, os germânicos mostraram que têm um sistema de jogo que empurra suas peças com eficiência. Diante dos uruguaios, a equipa pode não ter sido implacável do modo como actuou diante de Inglaterra e Argentina, nas primeiras duas rodadas dos mata-mata, mas teve uma exibição muito superior à da derrota para a Espanha, nas meias.
Seu ataque chegou em peso à área adversária durante o primeiro tempo, quando seus meio-campistas encostavam os homens de frente com fortes arranques e sempre muito bem posicionados. Mas seu primeiro golo saiu por outros meios. Bastien Schweinsteiger soltou uma bomba do meio da rua, e Fernando Muslera teve dificuldades para fazer a defesa. Na recarga, Müller, que acompanhou todo o lance, apareceu para rematar com classe, encostou, no canto esquerdo, aos 19 minutos.
Do outro lado, a equipa sul-americano também fez uma boa apresentação, desfrutando do óptimo entrosamento que seu trio ofensivo ganhou durante o torneio. Forlán, Luis Suárez e Edinson Cavani levaram muito perigo quando desciam no contra-ataque. Foi o que aconteceu aos 28 minutos, quando o valente Diego Pérez fez um desarme preciso contra Schweinsteiger na linha do meio-campo. Ele reagiu rapidamente, passando para Suárez. O médio atacante controlou a bola e esperou pela passagem de Cavani, dando um passe na medida. O atacante dominou e tocou na saída de Butt.
Para o segundo tempo, a Celeste voltou mais adiantada, ocupando mais espaços no campo de ataque, passando a incomodar com frequência a defesa alemã. Suárez e Forlán tiveram suas hipóteses, até o talento do craque do Atlético de Madri fazer a diferença, aos 51 minutos. Ele recebeu cruzamento de Arevalo Ríos, se ajeitou com oportunismo e bateu de volei, para o chão. A bola entrou no canto esquerdo, na reviravolta sul-americana.
A partir daí, porém, gradualmente o jogo passou a pender para a Alemanha, que reteve mais posse de bola e acabou marcando dois golos em bolas aéreas. O primeiro veio com Jansen, até meio sem jeito. Um cruzamento de Eric Boateng da direita, de longe, encontrou o médio bem posicionado para cabecear, aproveitando-se da saída desajeitada de Muslera, aos 56.
O golo da reviravolta saiu a oito minutos do fim, em cobrança de um canto. Mesut Özil cobrou o canto da esquerda. Após confusão na área, a bola sobrou para o médio Khedira que de cabeça fez bola passar por cima de Muslera.
A emoção na partida durou até o fim, aos dois minutos dos descontos, quando Forlán acertou o travessão numa cobrança de falta próxima à área. Ele acertou um pontapé firme, por cima da barreira. A bola explodiu na trave no ângulo direito e foi para fora.

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